Este foi um ano cheio de grandes e boas novidades para o mercado desenvolvedor de games no Brasil. Nunca antes na história desse país nossos jogos estiveram cotados para estrelar em consoles de última geração e somente esse fato já atesta as mudanças que ocorrem no país: temos não apenas mais designers e desenvolvedores de games do que em qualquer tempo na breve história dos games brasileiros, mas profissionais qualificados, que cresceram acompanhando os lançamentos dos jogos mais experimentais e singulares do mercado, sejam os projetos criados para Wii da Nintendo, sejam produções como Heavy Rain ou iniciativas como o já finado Zeebo. O fato é que a produção local de games cresceu em quantidade e qualidade, transformando nossas realizações em referência dentro e fora do país e mudando um paradigma até recentemente aceito como verdade, que sugeria erroneamente que os games nacionais eram projetos de qualidade duvidosa. Isso mudou, e para muito melhor, e a melhor maneira de comprovar isso é conhecendo de perto as realizações de nossos desenvolvedores com a mente aberta, isento de quaisquer preconceitos do passado e dar a si uma chance de se divertir com as criações que estão transformando o panorama nacional e a vida de muitos que sonharam em viver desse trabalho e estão convertendo seus desejos em produtos dignos de reconhecimento.
Para alguns, estas afirmações talvez soem forçadas ou exageradas, mas basta uma oportunidade para conhecer mais de perto trabalhos como Toren, da Swordtales, o primeiro jogo brasileiro já confirmado para o console PS4 da Sony, ou Cangaço, do estúdio piauiense Sertão Games, para conhecer apenas dois exemplos de jogos capazes de extrair grandes possibilidades a partir do universo onírico ou da história do Brasil. Outros projetos como Chroma Squad, da brasiliense Behold Studio, Ninjin: Clash of Carrots, sequência do já bem avaliado Ninjin, do estúdio Pocket Trap, e Pier Solar and the Great Architects, RPG criado em homenagem aos 20 do Mega Drive da Sega pela Game Blox, também serão produzidos para PS4, além de outras plataformas como PC, Xbox One e WiiU, em alguns casos.
Não fosse isso o bastante, Aritana e a Pena da Hárpia, da Duaik Entretenimento, foi o game mais premiado no SBGames de 2014, 13ª edição do Simpósio Brasileiro de Games e Entretenimento Digital, evento que também concedeu a Chico na Ilha dos Jurubebas, do estúdio paraibano Kaipora Digital, o prêmio para projeto de Serious Games (o jogo é parte de uma plataforma educacional que envolve animações da Tv Escola). Na Brasil Game Show desse ano, também era possível encontrar projetos de grande qualidade gráfica e acabamento visual, a exemplo de Kriophobia, da Fira Soft, Shiny, do estúdio Garage 227, o Projeto ApocalipZ, liderado pelo professor José Lydio Nunes Jacques, de Caxias do Sul, o simpático Dig a Way, da Digi Ten, e os games Get over here e Cheesecake Cool Conrad da Reload Game Studio, exemplares que davam um pequeno panorama da produção atual de estúdios que buscam caminhos para disponibilizar seus trabalhos e vencer nesse mercado.
Vale ressaltar que projetos como SplitPlay, Thinplay, Labindie e Souking iniciaram suas atividades este ano ou mostraram ao longo dos últimos meses todo o potencial dos games brasileiros, por meio de um sistema de aquisição que alia as facilidades do comércio online e um catálogo crescente de projetos a cada dia mais expressivos a preços convidativos e, não raro, generosos.
Por último e não menos importante, este artigo não estaria completo sem citar realizações igualmente importantes na composição do cenário atual da produção nacional de jogos como os games Heavy Metal Machines e Minhokarts, da Hoplon, Lampião Verde: A Maldição da Botija, da Narsvera, Pixel Rift, de Ana Ribeiro, Dodge This!, da Imgnation, Tap Master Mondrian, do MiniChimera Game Studio, Gryphon Knight Epic, da Cyber Rhino Studios, de Florianópolis, o game musical A Lenda do Herói, dos Castro Brothers, Like a Boss, da Fire Horse, MinosMaze, da RuVe GameStudio, Tormenta: O Desafio dos Deuses, capitaneado por Edh Müller e produzido na Feevale, Universidade do Rio Grande do Sul, e Odallus: The Dark Call e Oniken, produções da JoyMasher, entre tantos outros estúdios, além de criações realizadas isoladamente ou produzidas para estúdios internacionais, a exemplo do projeto autoral The Heart Beyond Darkness, do estúdio Indie Cake, as realizações de games educativos do Barão do Pirapora, o trabalho de resistência profissional com games, mantido por Renato Degiovani no Tilt.net,
a participação dos designers do estúdio Sleepy Sheepy em Holobunnies, Lucas ‘Midio’ Carvalho e Glauber Kotaki, em Stranded, de Peter Moorhead, a arte solo de Kotaki no também excelente Rogue Legacy, o jogo Towerfall, dos jovens designers do Miniboss, a programação do game internacional Kraden’s Crypt, realizada por Cláudio Fernandes, e os trabalhos de profissionais diversos que compõem o rico universo de desenvolvimento de games Made in Brazil, que nada deixam a desejar para produções internacionais indies e concebidas para o mercado de consoles.
Alguns leitores talvez jamais tenham ouvido falar em muitos dos estúdios nacionais e trabalhos acima citados e este é mais um motivo para dar oportunidade a si mesmo de conhecer trabalhos de excelente qualidade e valorizar a efervescente produção nacional.
Seu Natal poderá ficar mais feliz, surpreendente e divertido e você estará promovendo o bem àqueles que não conhece, mas que passará a admirar pela competência e tenacidade com que vencem os obstáculos brazucas de nosso indústria nacional.
Feliz Natal para todos e ‘Let’s Play’!!!
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