Porque você deve contribuir para a criação do documentário sobre "1983: O Ano dos Videogames no Brasil"

Se concordarmos com Edward Taylor, que em 1871, definiu a Cultura como “todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”, não há motivos para crer que jogos e a cultura do entretenimento digital não devam ser preservados como história. No Brasil, os jogos digitais são uma parte de nossa vasta cultura ainda sem o devido apuro e reconhecimento. O documentário “1983: O Ano dos Videogames no Brasil”, de Marcus Vinicius Garrett Chiado pretende resgatar esta significativa parte do histórico nacional advinda com o surgimento dos primeiros consoles e clones de games no país, explicando a importância dos games em nossa cultura, e precisa da sua ajuda.

O idealizador do projeto, já conhecido por muitos pela edição da revista eletrônica Jogos 80, disponível na rede desde 2004, com uma média de duas produções ao ano, acredita na relevância do trabalho a partir da importância de registrar em imagens e sons uma época ainda pouco retratada da história do Brasil. “Precisamos dar chance às pessoas que fizeram essa história de contá-la. Algo triste que estou constatando ao procurar por essas pessoas é que estão em idade avançada, debilitadas ou já faleceram”, explicou Marcus, em bate papo com o Play’n’Biz.

Marcus Garrett entrevista Kazuaki Ishizu, da Splice do Brasil

Marcus Garrett entrevista Kazuaki Ishizu, da Splice do Brasil

Diferente da história norte-americana, marcada pelo empreendedorismo de personalidades marcantes, a história dos games no Brasil foi formada por pessoas que viram no advento da micro eletrônica novas oportunidades de negócios. “Os comerciantes e empresários que inauguraram a febre do videogame no Brasil venderam videogames como também poderiam ter vendido bananas ou linguiça”, explicou o editor. “Eu creio, porém, que todos têm a sua devida importância e será um prazer e uma honra para nós poder registrar estas as histórias”, comentou. “Tive a sorte de encontrar personalidades-chaves de empresas que trouxeram oficialmente o videogame ao país, tais como a Polyvox e a Phillips, bem como pessoal de empresas menores, de locadoras e de pequenos fabricantes. Já fiz contato com pelo menos 30 pessoas que confirmaram participação”, completou.

Embora o ano de 1983 marque oficialmente a entrada dos consoles no Brasil, a partir do lançamento nacional do Atari 2600, é sabido que desde 1977 estes aparelhos já eram contrabandeados ao país. Para Garrett, este ponto também é importante e deverá ser abordado no documentário. “Falaremos mais ‘en passant‘ do que veio antes de 1983, mas, é claro, faremos uma contextualização do Brasil daquela época, discorreremos sobre a situação socioeconômica, a Reserva de Mercado etc, e também falaremos um pouco sobre o mercado americano pré-1983″.

Cartuchos de Games produzidos no Brasil

Cartuchos de Games produzidos no Brasil

Garrett explica que o documentário será focado mais detidamente no momento histórico da chegada do videogame ao Brasil, englobando os aparelhos pré-cartucho como Nintendo Game & Watch, relógios com jogos da Casio, PONGs, Telejogos e a primeira geração nacional de videogames alimentados por cartuchos, mais especificamente Odyssey, Atari 2600 Intellivision e SpliceVision/ColecoVision, além dos clones criados em território nacional a partir das placas de circuito impresso trazidas à ocasião. “Outros aparelhos podem ser assunto para futuras produções. Quem sabe?”, considerou.

O documentário, que deve ser lançado dentro de um ano, se a produção for contemplada com o patamar estabelecido para o financiamento coletivo através do site Kickante, deverá ter a duração aproximada de 1h30 e, como conta o pesquisador, há muito o que fazer para a produção, que já se encontra em andamento: “Temos muitas entrevistas para fazer, muito material de arquivo para pesquisar, muitas imagens estáticas para selecionar etc. Tudo isso consome tempo”, enfatizou.

Livro 1983A campanha de financiamento coletivo, que pretende levantar R$ 20 mil para os custos operacionais, tem pouco mais de duas semanas para arrecadar o valor necessário e deve ser apoiada pelos entusiastas da cultura de games no auxílio, contribuição financeira e divulgação do projeto. “A veiculação será gratuita, ele será exibido via YouTube”, destacou o criador. “O documentário é sem fins lucrativos, só precisamos realmente do dinheiro da campanha para realizá-lo, ele não será vendido posteriormente nem nada”, reforça, demonstrando que boas iniciativas podem ser realizadas com determinação e a contribuição de todos.

Apoie e divulgue a produção do documentário “1983: O Ano dos Videogames no Brasil”.
Link: http://www.kickante.com.br/campanhas/1983-o-ano-dos-videogames-no-brasil

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