As Jams, reuniões de 24h, 48h ou 72h de imersão para desenvolvimento de um jogo, sozinho ou em equipe, transformaram-se em um evento replicado globalmente e que apresentam em suas várias edições inúmeros games e jogos de tabuleiro ou cards, criados em tempo recorde por jovens talentos independentes. Em São Paulo, a SPJam entra em sua quarta edição, com o desejo de arregimentar, durante os dias 29 a 31 de agosto próximo, nada menos que 350 criadores, dispostos a virar noites e produzir, até o fim da maratona, games e jogos convencionais para a diversão coletiva e para mostrar ao mundo a capacidade e qualificação dessa insurgente cultura.
“A resposta é excelente!”, confirmou Alexandre Ribeiro de Sá, um dos organizadores do projeto e integrante do Vortex, estúdio independente de games. “Prova disso é que nas três edições que já ocorreram, o número de participantes sempre foi maior que as vagas oferecidas”, afirmou, em troca de mensagens com o Play’n’Biz. “E temos cada vez mais pessoas de outros estados se inscrevendo”.
Uma das características das edições anteriores do evento era a disponibilização dos jogos em eventos para playtests do público, acompanhados de mostras de artes, mas a coordenação acredita que este modelo talvez não seja o mais adequado como devolutiva aos designers participantes do evento. “Nosso objetivo era mostrar o jogo como forma de expressão artística, mas concluímos que este formato talvez não seja o mais eficaz” explicou Alexandre. “Este ano, estamos estudando a possibilidade de levar as produções para locais menores e já relacionados à área de jogos, além de realizar um evento voltado para a sociabilização dos desenvolvedores”.
O sucesso do evento anual se reflete não apenas nos games resultantes, como os projetos Synapse, da equipe Pixeland, Hugo was Alone, da BHJammers, ou The Last Last Battle, do grupo Catavento, mas especialmente nas demandas e preparo, classificados por Alexandre como uma verdadeira “produção de guerrilha”. “Nos dois primeiros anos o trabalho foi totalmente organizado e executado pela equipe da Vortex Game Studios. Atualmente o evento só é possível por termos o apoio do Centro Acadêmico Prof. Rogério Cardoso – CARECA, composto por alunos da PUC, bem como o apoio de docentes da instituição”, comenta.
O evento se mantém graças às concessões da JamSite e da PUC-SP, além inscrições dos participantes, mas carece de patrocinadores que ajudem a sustentar a produção e sua continuidade. “Temos um bom número de parceiros, empresas ou grupos que estão dispostos a dar brindes ou premiações aos participantes, porém, recebemos poucas propostas para patrocínio. A PUC-SP foi uma das poucas instituições a nos dar um apoio substancial através das salas e serviços terceirizados”, salientou, embora não descarte perspectivas bastante animadoras mais à frente: “Este ano, temos conversas promissoras com outras possíveis parcerias, que esperamos que se concretizem”.
Como é praxe no ideário da organização, todos os anos a SPJam concebe novos formatos de ação para misturar e socializar os grupos presentes. “Um novo tema principal foi preparado para tirar a noite de sono dos participantes. Além disso, como no ano anterior, temas secundários serão introduzidos e incentivados. Vamos apresentar uma proposta diferente de pós-evento, bem como abertura e fechamento do evento: algo mais divertido”, explanou, mantendo o mistério sobre as propostas idealizadas. Para atender às necessidades da ‘virada gamer’, a infraestrutura de elétrica e de rede também estão sendo revisadas e reforçadas, buscando a oferta ininterrupta de ambos os sistemas durante toda a Jam, apontam os organizadores.
O foco do projeto, no entanto, está no efetivo estímulo à criação, seja para novatos ou experts participantes da noitada: “O objetivo é que as pessoas melhorem suas habilidades na produção criativa de jogos. Desde desenvolvedores calejados até os maiores marinheiros de primeira viagem são bem-vindos.
“Se você vai participar da SPJam, tem que produzir ou, ao menos, tentar”, enfatiza Alexandre. “Todo mundo precisa começar por algum lugar, e muitas pessoas fizeram seus primeiros protótipos na SPJam. Acreditamos que uma Jam dá aos seus participantes coisas que eles sempre precisam no dia-a-dia de desenvolvedor: um espaço para desenvolver, tempo para se dedicar a isso e o encontro de várias pessoas que trabalham com jogos”.
“Ter estas experiências de forma intensa e divertida é o que renova a vontade do desenvolvedor de continuar a briga diária que é desenvolver jogos independentes no Brasil”, continua, ciente da importância de oferecer aos jovens talentos tais condições. “Justamente por essa experiência ser tão rápida, o próprio participante se força a crescer mais e mais rápido, para atingir seu objetivo”.
“Afinal, a única coisa que caracteriza um desenvolvedor de jogos é a vontade de fazer, o que T. S. Elliot chama de ‘ansiedade artesã da criatividade'”, definiu.
O evento acontece, como já informado, entre os dias 29 até 31 de agosto na PUC-SP, Campus Marquês de Paranaguá, e as inscrições estão abertas até o próximo dia 20 de julho, a um custo de módicos R$ 40,00 para as 48 horas da competição. Como uma cortesia extra, a organização definiu que membros da IGDA-SP terão direito a um desconto prévio na inscrição.
Informações adicionais podem ser solicitadas pelo e-mail spjam@spjam.com.br, ou diretamente no site do evento, em Spjam.com.br.
A produção geral do evento é realizada pela Vortex Game Studios, composta pelos profissionais Alexandre Ribeiro de Sá (Site e software), Luiz Ribeiro de Sá (Elétrica e hardware), Leonardo Reitano (Produção geral e gestão do pré-evento) e Ricardo Aquino (Gestão do evento), com a colaboração de José Osmar de Araújo (um dos idealizadores do evento), equipe da CARECA (coordenados por Nayara, Carrasco e Yan), Prof. David Lemes e Prof. Daniel Gatti.
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