Mais um gamer sai candidato ao Congresso Nacional. Veja as propostas de Carlos Carrasco

Após a reportagem com o candidato a Deputado Federal Eddy Antonini, o Play’n’Biz foi procurado pela assessoria de imprensa de Carlos Carrasco,  ex-Delegado de Polícia e que se apresenta como um Gamer apaixonado desde os 3 anos de idade, para a possível apresentação do profissional à comunidade a partir de suas aspirações e reivindicações para o meio na condição de congressista. Após uma breve análise da página de campanha do candidato, elaboramos algumas questões que soaram pertinentes na busca de entender o real compromisso do candidato e seu conhecimento efetivo em relação à linguagem dos Games, suas características e complexidades para atender à difícil missão de inserir o tema na pauta política do Congresso Nacional.

Sem qualquer intenção de levantar a bandeira e fazer campanha para os postulantes à cadeira no parlamento, o Play’n’Biz entende o oferecimento deste espaço aos interessados como uma prestação de serviço à comunidade, permitindo que o público tenha uma visão mais próxima das perspectivas do candidato e suas intenções para o pleito. O resultado da conversa com Carrasco, o leitor confere nas informações abaixo:

Carrasco Candidato EpicplayPlay’n’Biz – Sua campanha aparentemente privilegia a questão dos impostos nos consoles de games, um tema já largamente debatido mas longe de se consolidar, dado que exige a mobilização de muitas instâncias governamentais e ministérios, além de um possível projeto de lei, se o candidato vier a lançá-lo. Como o Sr. pretende realizar esse feito?
Carlos Carrasco – O Brasil é o quarto país no mundo que mais movimenta o mercado de games. Pretendo reduzir a carga tributária dos games e agregados utilizando como base o modelo que deu certo no México. Ao reduzir essa carga pela metade, mesmo com tal carga mais baixa, o Governo certamente arrecadará mais com o aumento da demanda. Com essa arrecadação excedente pretendo investir na indústria nacional de games (em todos os profissionais envolvidos no processo de desenvolvimento de games e agregados), na revitalização da educação através da gamificação do ensino, e, na ampliação dos E-Sports.
É possível diminuir a carga tributária dos games e agregados sem impactar negativamente a economia. Acredito que só conseguiremos isso em etapas. Antes de tudo é necessário conscientizar a classe política que games não são mero entretenimento e sim atividade cultural, bem como demonstrar a sua aplicabilidade em outros setores e os benefícios ao desenvolvimento humano devidamente comprovados. Mapear o que, eventualmente, já esta em trâmite no Congresso e o que está parado, assim como o que já está em vigor, também, eventualmente, nos ministérios. E, em posse de todas as informações, inclusive de outros Estados, com auxílio de todas as pessoas envolvidas no segmento gamer (no que tange a ideias, sugestões, experiências, vivências, etc) promover reuniões/audiências públicas para então finalmente elaborar projetos de lei, atrelados a políticas públicas, necessários à efetivação de minha plataforma política.
Não é uma tarefa fácil, muito precisa ser feito para termos um país melhor, estou ciente que não dependera só de mim, pois, para um projeto de lei ser aprovado e ter validade em todo território nacional é necessário aprovações na Câmara dos Deputados, Senado e Sanção Presidencial.
Quem sabe, se essas ideias derem certo, não teremos o início da tão sonhada reforma tributária no Brasil?

P’n’B – Continuando na mesma tônica da questão anterior, a potencial redução de impostos em consoles e mídias parece privilegiar somente as empresas produtoras dos jogos e consoles (em sua maior parte estrangeira) e o comércio de games. Como isso pode trazer efetivas contribuições para o país como um todo?
CC – Robustecendo a resposta anterior, acrescento que com essa redução da carga tributária pela metade de fato as empresas produtoras de jogos e consoles (em sua maior parte estrangeiras), lojistas e importadores tendem a se beneficiar porque terão mais lucro com o aumento nas vendas, mas, principalmente o consumidor final que terá maior poder de compra.
Em contrapartida, não pretendo reduzir única e exclusivamente a carga tributária sem vincular uma eminente duplicação ou triplicação da arrecadação (mesmo com a carga tributária mais baixa) por parte do Governo, ao reinvestimento desse excedente arrecadado em outras áreas do mesmo segmento, ou seja, no desenvolvimento nacional da indústria dos games, na gamificação da educação e na ampliação dos E-Sports.
Tal medida gerará mais empregos, contribuirá na educação e formação dos futuros cidadãos, gerando riquezas, possibilitando a expansão exponencial do segmento (quiçá com isso possibilitando melhorias em outras áreas de interesses públicos) e desenvolvimento nacional.

P’n’B – Sua campanha também fala em incentivo ao “Desenvolvimento Nacional da Indústria dos Games”, mas não cita quaisquer detalhes sobre os caminhos para a realização desta complexa proposta. Já há um plano definido ou sua intenção é, uma vez lá dentro, só então pensar a estratégia a ser adotada?
CC – Citando novamente, não pretendo reduzir única e exclusivamente a carga tributária sem vincular a eminente duplicação ou triplicação da arrecadação (mesmo com a carga tributária mais baixa) por parte do Governo, ao reinvestimento desse excedente arrecadado em outra área do mesmo segmento, ou seja, no desenvolvimento Nacional da Indústria dos Games.
Precisamos, através de projetos de lei, enfim, políticas públicas específicas, não só criar um cenário favorável às pequenas, médias empresas e desenvolvedores individuais nacionais, como também, gerar condições para que as empresas estrangeiras também se interessem em se instalar definitivamente no Brasil, o que certamente nos trará dividendos.

P’n’B – O terceiro item de sua campanha propõe uma “Revitalização do Sistema Educacional Nacional através dos Games” e cita o fenômeno da gamificação nas escolas, uma estratégia que já vem sendo adotada, ainda que timidamente, em várias localidades. Como Deputado Federal, o que o Sr. pode fazer efetivamente para contribuir com essa realização?
CC – A verdadeira gamificação da educação consiste em transformar parte do conteúdo programático das escolas em games, o que criará um ambiente favorável à aprendizagem, uma vez que as novas gerações já nascem digitais e não analógicas como no passado.
É um fenômeno que daqui há aproximadamente 3 anos já estará implementado em definitivo nos países desenvolvidos e o Brasil não deve e não pode ficar inerte nesse processo.
Uma das atribuições de um Deputado Federal consiste em “lutar” para que as verbas arrecadadas pelos Estados e direcionadas à União sejam aplicadas em segmentos de suma importância para a sociedade. E, nesse caso, sem deixar de considerar o mencionado nas minhas respostas anteriores (uma vez entendido que todos os itens de minha plataforma política estão, em verdade, relacionados e interligados) fazer com que parte da verba destinada à educação seja aproveitada na gamificação do ensino.

P’n’B – Considerando que o Sr. seja bem sucedido na implementação da Gamificação no currículo escolar nacional em larga escala, quais são suas metas para o período de seu mandato, isto é, o que o leitor/eleitor poderá cobrar daqui há quatro anos como resultado dessa ação?
CC – Sou gamer desde meus 3 anos de idade, estou com 36 anos de idade, e a primeira vez que estou concorrendo a uma cargo eletivo, sou Bacharel em Direito, tenho MBA em Direção de Empresas, sou Mestre em Filosofia do Direito, além de ter permanecido por 17 anos na Segurança Pública do Estado de SP (9 anos e meio como Investigador e 7 anos e meio como Delegado de Polícia ambos da Polícia Civil do Estado de SP).
Para mim, ficha limpa, transparência, honestidade, ética, respeito ao semelhante, valorização e honra à família não são qualidades e sim obrigações inerentes a qualquer pessoa.
Na minha ótica, na minha maneira de enxergar a política, um político é um servidor público e como tal, uma vez que é um dos responsáveis pelo presente e futuro de milhares de pessoas, deve lutar ao máximo para a consecução do bem comum sempre vinculando suas ações à lei, ao bom senso, e aos princípios da administração pública.
Não há garantias de que conseguirei colocar em prática as minhas ideias, nesse sentido não faço promessas, mas, se eleito, tenho certeza que os brasileiros poderão comprovar o meu empenho e dedicação para que minhas propostas, enquanto candidato, venham a se tornar realidade, bem como na apreciação e contribuição positiva em outras questões relevantes ao país.
Quanto à gamificação, para que haja sua efetiva aplicação, precisaremos capacitar as escolas, ou seja, colocar computadores nas que ainda não possuem, capacitar o professor para manusear os equipamentos e lecionar usando os games, ter uma pessoa em cada escola que seja o suporte digital, ou seja, que tenha conhecimento suficiente sobre como lecionar com games; ter segurança nas escolas, para evitar possíveis subtrações dos aparelhos. Então, mostro aqui que não é simplesmente desenvolver conteúdos e aplicá-los através de games, há todo um trabalho de estruturação e capacitação que é necessário ser feito e isso leva um tempo. E só estando na máquina para poder planejar e poder projetar o tempo de efetivação do projeto, mas deve-se levar em conta que a máquina é burocrática e é preciso vencer diversas barreiras internas. Então, no momento não tenho como estipular metas e prazos para a gamificação, mas, se eleito terei condições de mapear exatamente a situação e realizar prognósticos para a efetivação do projeto. Teremos que ter o engajamento da classe política em todas as esferas.

P’n’B – A ainda ministra Marta Suplicy proferiu que Games não são Cultura e o MinC nunca foi tão evasivo na atuação a esta linguagem. Sua campanha não cita qualquer movimentação no sentido de pleitear esta significativa mudança para o entendimento no jogo como expressão cultural contemporânea. Não seria o caso de considerar este tema tão caro ao meio produtivo?
CC – Existem algumas publicações na minha Fanpage política que demonstram a minha preocupação em conscientizar a classe política que games não são mero entretenimento e sim atividade cultural (bens de cultura), bem como demonstrar a sua aplicabilidade em outros setores e seus benefícios ao desenvolvimento humano que já foram devidamente comprovados.
A causa GAMER é muito ampla. Tenho diversas ideias para o setor. Ninguém é dono da verdade e, por isso, acredito que toda contribuição popular, não só através de criticas, mas, em ideias, é válida no atual Estado Democrático de Direito.
Vale Cultura, por exemplo, sendo utilizado na compra de games parece algo possível de ser alcançado, principalmente ao conscientizar a classe política de que os games assim como o cinema e a música são essenciais à nossa difusão cultural contemporânea, e que como tal também merecem ter seu espaço garantido com incentivos fiscais, verbas destinadas especificamente ao setor, garantidores de futuras produções nacionais, mas de formas acessíveis a todos.

P’n’B – Com tantos problemas que se acumulam no país, envolvendo infraestrutura precária, corrupção, desvios em todas as esferas políticas, a falta de transparência na relação entre poder público e população, educação, saúde e mais um sem fim de questões críticas a serem resolvidas internamente, porque o eleitor interessado apenas em aproveitar o lazer proporcionado pelos games deveria considerar votar em um candidato gamer?
CC – Realmente muito precisa ser feito no Brasil. Sem generalizar, infelizmente não podemos mudar o passado e o que gostaríamos que hoje estivesse diferente, mas, podemos agir no presente visando um futuro melhor. O poder para isso está nas mãos dos eleitores que devem escolher seus representantes através do voto consciente.
Minhas propostas não são genéricas nem impossíveis de serem realizadas, elas têm fundamento, são plausíveis, foram elaboradas com conhecimento de causa. Sou gamer desde meus 3 anos de idade, acompanhei com orgulho a evolução dos games e as transformações do setor. Hoje, com 36 anos de idade, como já mencionado, sou Bacharel em Direito, tenho MBA em Direção de Empresas, sou Mestre em Filosofia do Direito, além de ter permanecido por 17 anos na Segurança Pública do Estado de SP (9 anos e meio como Investigador e 7 anos e meio como Delegado de Polícia ambos da Polícia Civil do Estado de SP) e, com minha vivência e preparo intelectual, estou apto para este novo desafio em minha vida, tenho certeza que posso contribuir e muito também em outras áreas de interesses públicos como segurança, saúde, educação, etc.
Vale ressaltar que todos os games tem começo, meio e fim, desafios a serem superados, obstáculos e fases que parecem impossíveis de serem ultrapassados, mas para um gamer de verdade isso faz parte do desafio. Assim, como na vida real exige dedicação, informação, preparo e vivência para superar o programador. Por analogia, na vida, também temos nossas dificuldades e os problemas são reais, mas assim como um gamer de verdade acredito que um político de verdade nunca pode desistir de buscar soluções para uma sociedade melhor independentemente dos problemas e obstáculos que ele se deparar.

P’n’B – Há algum outro ponto que considere importante de ser observado para seus potenciais eleitores?
CC – Estive na XMA acompanhando os campeonatos de LOL, e sei que no Brasil há muito a ser feito para ampliação do E-Sport. Com o investimento certo, dedicação e treinamento conseguiremos criar “incubadoras” de atletas e o tão sonhado reconhecimento dos jogadores como atletas profissionais. Como gamer deseja que esse segmento tenha o merecido reconhecimento e desenvolvimento.
Ao final da entrevista, o candidato informa que gostaria de destacar esses dois vídeos que contribuem para a compreensão de sua iniciativa voltada aos games no campo da política:
Games BR em Operação Headshot, video criado com a missão de engajar o público gamer a batalhar por melhorias juntos nesse segmento, e Conheça meu lado Gamer, onde o candidato apresenta seu quarto e uma parte da coleção pessoal de jogos.
Neste próximo sábado, dia 04 de outubro, pré-eleições, às 20:00, o candidato fará um bate papo ao vivo para esclarecer pontos de sua plataforma em seu canal no Twitch.tv, em twitch.tv/carrasco3680. “Foi uma forma que encontramos de ter um diálogo aberto com o público”, informou a assessoria do candidato. Caso o leitor tenha se interessado pelas propostas sugeridas, o acompanhamento da teleconferência pode ser uma alternativa para elucidar outras questões. O site carrascofederal3680.com.br também pode ser acessado para mais informações.

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