Labindie quer transformar os Jogos Nacionais em um mercado profissional e competitivo

Projeto idealizado por Rodrigo Luiz Genz e Neemias Gabriel Watzko, jovens ainda na casa dos 20 anos, o Labindie iniciou suas atividades este ano, oferecendo acesso de pequenos desenvolvedores nacionais a necessidades específicas, como processos de aprimoramento ou contato com profissionais para complementação de equipes de produção, além de servir como vitrine online para as criações de designers nacionais de games. O objetivo da empresa, no entanto, é tornar-se uma referência nacional em facilitação de processos e como incubadora e publisher para estes trabalhos.

Rodrigo Genz, Co-Fundador e CEO do Labindie, conversou com o Play’n’Biz e explicou os detalhes do projeto e a importância de criar um canal aberto de comunicação e vínculo com os criadores de jogos do país.

Rodrigo Genz

Rodrigo Genz, o entrevistado

Play’n’Biz – Qual a proposta pretendida para o Labindie? Qual perfil de público que a iniciativa pretende atingir?

Rodrigo Luiz Genz – Nosso proposta é nos tornarmos uma Publisher de jogos independentes nacionais, que atuará como facilitadora e incubadora de desenvolvedores, auxiliando com recursos humanos, instrumentais e financeiros. Não adquirimos nenhum jogo até o momento, mas em um futuro próximo, quando começarmos os investimentos, estaremos atrelados aos desenvolvedores por meio de contratos para trabalharmos em conjunto. Nosso foco são os jogos e desenvolvedores  independentes nacionais e o público que atingimos são três: gamers, desenvolvedores e investidores.

P’n’B – Quem são os profissionais por trás do projeto? São empresários, entusiastas de games, jogadores ou apenas investidores em busca de retorno nesse ‘nicho’ de mercado?

RLG – Atualmente somos em sete pessoas: Rodrigo Luiz Genz e Neemias Gabriel Watzko, ambos graduando como bacharéis em Design de Animação Digital; Vinicius de Oliveira, formado em Tecnologia de Informação; Tiago Pastorello, formado em Sistemas para internet; Simone Cristina Bagatoli, formada em Gestão de Negócios; Miquéias Abdiel Mellos de Quadros e Francisco de Assis Luciano da Rosa, ambos formados em Direito.
Somos um mix de tudo (risos). Alguns são empresários em suas áreas de atuação, a maioria são gamers entusiastas, mas somos principalmente visionários que pretendem investir neste nicho de mercado pois ele precisa de ajuda. Percebendo que as grandes empresas e associações não conseguem ajudar de forma rápida os desenvolvedores com o que eles mais precisam, decidimos nós mesmos entrar no mercado para cumprir este papel.
Não se trata apenas de retorno financeiro deste nicho, mas sim uma satisfação pessoal em poder contribuir com o que mais gostamos da vida, os jogos digitais. Crescemos jogando e, geração após geração, fomos aprendendo mais a respeito, até que agora entendendo o nível mercadológico compreendemos que o setor nacional, o quarto maior da América Latina e o décimo primeiro do mundo, não é feito de maravilhas e menos ainda envolvem os produtos nacionais. Com nossos esforços, iremos fazer aos poucos com que marcas indies nacionais, cresçam a nível internacional se tornando competitivos, sustentáveis e inovadores.

P’n’B – O site hospeda apenas projetos de jogos nacionais, de forma similar ao projeto SplitPlay ou também recebe projetos de outras nacionalidades?

RLG – (Risos) É engraçado como várias pessoas citam ou nos comparam com a SplitPlay do Rodrigo Coelho e seu pessoal. Foi muito legal ver que, enquanto ainda estávamos nos preparando para lançar a primeira versão de nosso site, tenha surgido a Splitplay. Vemos um potencial incrível nela e já estamos conversando a um tempo sobre nossa parceria.
A Labindie, é um hub de mão de obra independente focada em jogos, podendo ter, programadores, artistas 2D, artistas 3D, sonoplastas, gerentes de projeto entre outros, além de hospedar jogos independentes. Tanto os profissionais como os jogos são nacionais.

P’n’B – Há quanto tempo o site está no ar com essa proposta e qual tem sido a resposta de público ao longo desse período?

RLG – A primeira versão do site (www.labindie.com) foi liberada dia 09 de março deste ano. Seu objetivo foi de divulgar os jogos mais casuais, com foco nas plataformas mobile e web. Pelo fato de sermos novos, ainda há muito tempo para crescermos e nos tornarmos conhecidos, mas até o momento, a receptividade do pessoal tem sido positiva. Contamos com diversos canais parceiros para divulgação dos jogos. Desde 29 de junho, mês passado, liberamos a nova versão do site (www.labindie.com/beta) e a visibilidade está dentro do esperado, mas crescendo gradativamente.

Project Tilt e Mr. Bree, os games mais visitados do site

Project Tilt e Mr. Bree, os games mais visitados do site

P’n’B – Quais são os games que têm recebido melhor feedback de público? Há campeões de vendas? O que você pode falar sobre esse modelo de comercialização de jogos?

RLG – Até o presente momento, os jogos que mais tiveram repercussões e acessos foram: Mr. Bree e Project Tilt. Como ainda não temos nenhum jogo em contrato para comercialização, não há vendas no momento. Todos os jogos até hoje, foram divulgados pela Labindie mas não temos nenhum vínculo em específico.
Acredito que estamos fazendo algo que é difícil de se encontrar. Acreditando e auxiliando o profissional independente nacional desde o zero até que seu jogo seja concluído. Há outras Publishers com certeza, mas cada uma com sua particularidade. Não iremos vender jogos em nosso site como a Gameloft, Splitplay, Nuuvem e Steam, porém, iremos inserir os jogos nestes pontos de venda. E já que nossos jogos são nacionais, a preferência é a Splitplay e em seguida os demais.
O mercado nacional de jogos é enorme e a cada dia são vendidos mais jogos. Não é por menos que o Brasil é o décimo primeiro no ranking mundial. Jogos nacionais estão se tornando uma realidade e garantindo seu espaço nas vitrines, mostrando seu potencial, sendo competitivos tanto quanto os jogos internacionais.

logo-divulgação-verticalP’n’B – Quais as maiores dificuldades enfrentadas por uma iniciativa de divulgação e vendas online de jogos digitais? É possível consolidar esse modelo de negócios no Brasil?

RLG – Sem dúvida alguma as dificuldades são tornar-se conhecido e ter credibilidade com o público. Principalmente no Brasil, que tem a fama do “hue hue” (risos). Leva um certo tempo para passarmos desta fase inicial, porém, quando o público sabe quem você é, o que faz e por quê faz, tudo fica mais fácil. Para vender, é necessário também ter um bom jogo e trabalharemos para que existam vários.
É possível dar certo sim, mas o processo é lento assim como qualquer outro. Sabemos de diversos problemas que afetam o desenvolvimento de jogos com qualidade no país e estamos estudando maneiras viáveis de diminuí-los. Nossa missão de mudar a visão do mercado e dos desenvolvedores não é nada fácil (risos). Mas é preciso que alguém o faça.
Para validarmos nossa ideia, contaremos com o apoio de educadores, especialistas, instituições privadas, associações e a própria comunidade indie nacional.

P’n’B – Há uma campanha de arrecadação do Labindie na rede. Qual é o objetivo dessa iniciativa?

RLG – Enquanto consolidamos nosso empreendimento, estamos realizando uma campanha no Patreon. Com os valores arrecadados, estaremos direcionando o investimento aos criadores de jogos independentes nacionais associados na Labindie por meio de nossas metas.
Além do investimento propriamente dito, o recurso será utilizado para o marketing, publicidade, produtização do jogo escolhido e serviços da Labindie. Convidamos a todos para participarem, colaborando com qualquer valor, desde $1 até $50, ou qualquer valor que a pessoa puder doar.
O patreon é um sistema de doação que todo mês debitará de seu cartão de crédito via paypal a quantia doada. O valor da doação pode ser alterado ou cancelado a hora que a pessoa quiser. Nossas metas são atingir o valor de $300, $600 e $3000 inicialmente.

Os detalhes da campanha de arrecadação podem ser vistos diretamente no site, através do link Patreon.com/labindie, e incluem recompensas diversas para os apoiadores, do sincero ‘muito obrigado’ (para os apoiadores de $1) à participação de sorteios de camisetas personalizadas e jogos digitais.

O Labindie pode ser acessado diretamente em Labindie.com/beta, mas o serviço conta com página no Facebook.com/labindie e no Twitter.com/labindie.

2 comentários a "Labindie quer transformar os Jogos Nacionais em um mercado profissional e competitivo"

  1. Guilherme Sadao | Julho 29, 2014 às 2:36 pm |

    Muito legal a iniciativa dos caras. Esse é o tipo de coisa que precisamos aqui no Brasil pros desenvolvedores amadurecerem e alavancar o mercado.
    Apenas um aviso quanto aos links: O link da página do Labindie redireciona para uma pagina do playnbiz não encontrada.
    O link do facebook e o do twitter também não estão funcionando, eles abrem essa mesma página de novo.

  2. Olá, Guilherme.
    De fato, os links não estavam encaminhando para os respectivos sites, mas o problema já está corrigido!
    Obrigado pela audiência e pelas informações.
    Continue acompanhando as produções editoriais do Play’n’Biz.
    Um abraço!

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