Artistas encontram nova audiência e campo de trabalho com temas musicais para games

Esta semana, jogadores de todo o mundo receberam com entusiasmo a notícia de uma nova composição musical do talentoso multiinstrumentista e ex-Beatle Paul MacCartney, produzida especialmente para o game Destiny, jogo em desenvolvimento criado pelo estúdio Bungie, e que vem gerando grande expectativa na comunidade hard gamer.

Segundo a mídia internacional, além de criar a música tema do game, Paul teria colaborado com os compositores Mike Salvatori e Marty O’Donnell na realização de mais de 50 minutos de arranjos orquestrados para o jogo.

Danny Baranowsky no Kotaku. Foto de Jeriaska

Danny Baranowsky no Kotaku. Foto de Jeriaska

Hope For The Future, a canção de quatro minutos de duração do ex-Beatle, contou com a regência de Giles Martin, filho de George Martin, icônico produtor da banda de Liverpool, e uma orquestra de 120 músicos, além da produção de Mark “Spike” Stent, renomado por trabalhos com artistas como Madonna, U2 e Lady Gaga.

Longe de ser um fato isolado, no entanto, a entrada de Paul McCartney no campo da produção musical para games tem se mostrado uma tendência para artistas que encontram nesse nicho um novo espaço para o desenvolvimento de seus trabalhos e talentos musicais, como demonstra a história de Danny Baranowsky. Artista musical sem a trajetória e a fama do roqueiro inglês, Danny confessou a Kirk Hamilton, do Kotaku, que faturou somente US$ 2 mil com a composição de trilhas para filmes independentes em Hollywood, ao longo de 7 anos, antes de migrar para os videogames. Depois de produzir temas para games como Super Meat Boy, Minecraft, Canabalt e The Binding of Isaac, o artista encontrou seu caminho e conquistou segurança financeira, como informou no artigo: “Fiquei muito satisfeito quando finalmente enveredei pelos jogos. Eu estava tão cansado de me sentir correndo atrás do próprio rabo… Eu fui melhorando, mas a ideia de ganhar a vida com isso era algo que eu não poderia jamais imaginar”, explicou.

Stewart Copeland, ex-Police, em 2008

Stewart Copeland, ex-Police, em 2008

A parceria entre o universo musical e os games não é nova, como se pode atestar a partir de jogos como Guitar Hero, Rock Band e até mesmo GTA, que apresentava uma lista de canções que podiam ser ouvidas nas rádios, durante fugas pelo universo sanbox. A diferença dessa vez, é que agora os artistas começam a se inclinar para a realização de composições originais para o entretenimento digital, ao invés de simplesmente disponibilizar seu catálogo de trabalhos anteriores. Stewart Copeland, músico mais conhecido por sua trajetória como baterista da banda The Police, é outro artista que já criou temas musicais para games como Urban Strike, Spyro the Dragon e Alone in the Dark: The New Nightmare, e Mark Snow, lendário criador do tema musical da série de ficção científicas Arquivo X, também produziu trabalhos para a série de games Syphon Filter. Também proveniente do meio cinematográfico, o artista Hans Zimmer, que iniciou sua carreira tocando em bandas new wave dos anos 70 (Buggles, Krisma), chegou a compor temas para filmes como O Rei Leão, O Último Samurai e A Origem, além dos trabalhos já desenvolvidos para a série de games Call of Duty.

A face de Paul McCartney frente as composições musicais para os games é apenas um reflexo do alcance e expressão adquiridos por esse linguagem, angariando colaborações de setores e profissionais os mais inesperados, que até recentemente poderiam temer ter seus nomes associados a esta mídia. Com o tempo, tais iniciativas deverão se tornar mais comuns, assim como em outras formas de cultura, e causar menor impacto quando divulgadas.

Ouça o tema musical Hope For The Future de Paul McCartney:


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