Com 400% da meta atingida, Masmorra de Dados segue com a melhor campanha do ano no Catarse

Alguns projetos parecem simplesmente cair nas graças do público em campanhas de financiamento coletivo, a exemplo dos sites Catarse e  Kickstarter, onde não faltam excelentes projetos à espera de investimento. Se a afirmação é verdadeira ou não, o fato é que algumas campanhas arrecadam valores imensamente superiores à proposta original de apoio financeiro, como visto recentemente no projeto Pequenas Igrejas Grande Negócios e, agora, no jogo Masmorra de Dados, idealizado por Eurico Neto, Daniel Alves e Patrick Matheus, grupo de jovens de Minas Gerais, e um dos campeões de arrecadação no Catarse.

Patrick Matheus - Masmorra de DadosPara falar sobre o jogo, que transformou-se em um fenômeno e atraiu inúmeros interessados no curto período de campanha online, o Play’n’Biz procurou por Patrick Matheus, um dos idealizadores do projeto, que continua aberto às ofertas online, e pretende superar novos níveis de investimento. Acompanhe a entrevista.

Play’n’Biz – Faltam pouco mais de duas semana para o encerramento do prazo de campanha de Masmorra de Dados no Catarse e jogo já atingiu 400% do valor pretendido. Qual a fórmula para alcançar esse patamar tão elevado?
Patrick Matheus – Tínhamos confiança na qualidade do nosso jogo e esperávamos que fosse financiado, mas daí a vir a ser o maior financiamento coletivo do Brasil de jogos de tabuleiro, foi algo realmente emocionante e inesperado. A empolgação da galera com o jogo foi o que marcou e permitiu a gente evoluir o projeto. Na página que criamos no Facebook para a divulgação e nas comunidades de jogos a participação direta dos apoiadores ajudou a moldar vários aspectos do jogo e tornar ele o que é.

P’n’B – Em linhas gerais, do trata o jogo, efetivamente, para quem não o conhece?
PM – O Masmorra de Dados é um jogo rápido e divertido que tem como tema a clássica exploração de masmorras dos antigos RPGs e tantos jogos eletrônicos. O jogo tem como sua mecânica principal a rolagem de dados, mas mitiga bastante a sorte dando importância à estratégia e beneficiando os bons jogadores. Cada jogador controla um personagem único e o mapa da masmorra é evoluído durante o jogo com a exploração dos personagens, onde eles encontram monstros, armadilhas, tesouros, portais e muito mais. Os personagens vão ganhando poderes que o jogador escolhe, conforme vão ganhando experiência. Tem modos de jogo competitivo, cooperativo e solo; de 1 a 4 pessoas ou até 5 pessoas com os extras.

MasP’n’B – Há um ressurgimento dos jogos de tabuleiro/cartas/dados no país? Porque?
PM – Quando falam de jogos de tabuleiro a maioria deve torcer o nariz lembrando de War, Banco Imobiliário, Jogo da Vida e demais jogos ultrapassados da época do seu tataravô, que algumas empresas insistem em repaginar e relançar ano após ano sem oferecer nada de novo. A surpresa de uma pessoa costuma ser enorme ao se deparar com os jogos de tabuleiro modernos e experimentar o quanto de retorno em satisfação eles propiciam nas partidas e quão bem elaborados são, sendo inclusive (em minha opinião pessoal) bem superiores aos melhores jogos de cartas e jogos abstratos popularmente conhecidos. Por isso acredito que o hobby tende a crescer bastante e evoluir, e fico muito contente em saber que o Masmorra será a porta de entrada de muitos novos jogadores para o hobby fazendo, para muitos, a ponte entre o RPG, que foi um tanto difundido anos atrás, e os jogos modernos de tabuleiro.

P’n’B – Os apreciadores de jogos como o Masmorra de Dados são os mesmos jogadores dos jogos digitais? Ou tratam-se de grupos diferentes com interesses distintos?
PM – Tenho certeza que existe uma interseção de públicos, mas muitos querem mesmo é sair um tanto do digital, do online, para sentar numa mesa com amigos e se divertir de maneira mais pessoal e interativa. O retorno lúdico e o gameplay bem elaborado dos jogos modernos de tabuleiro têm tudo para conquistar os jogadores digitais com bastante força. Uma coisa não exclui a outra, adoro os jogos digitais e muitos deles inspiraram de certa forma o Masmorra, mas é curioso constatar que tenho muito mais diversão hoje com um jogo de tabuleiro moderno com seus tokens de madeira e fichas de papel ‘paraná’ impresso do que com uma mega produção de um jogo de última geração dos jogos virtuais. A rejogabilidade impressiona também: nos jogos virtuais enjoo do jogo depois de fechar a história, num jogo de tabuleiro, posso jogar o mesmo jogo por anos que, sendo ele bom, terei sempre uma emoção que é diferente a cada vez que se joga e com quem se joga.

Masmorra CampanhaP’n’B – A temática de Fantasia Medieval ainda é um chamariz nos dias de hoje? Isso se deve aos gloriosos dias de RPG do tipo Dungeons & Dragons, filmes como ‘O Senhor dos Anéis’ ou é resultado de uma overdose com as tecnologias digitais?
PM – Sim, acho que sempre vai ser. Os RPGs influenciaram bastante, adoramos eles, e ‘Senhor dos Anéis’ por sua vez influenciou o RPG, que iniciou nessa temática de fantasia medieval.

P’n’B – Qual é o histórico de desenvolvimento de jogos do grupo antes da criação de Masmorra de Dados?
PM – O Masmorra será nosso primeiro jogo lançado.

P’n’B – Como foi o processo de desenvolvimento do projeto? O grupo já tinha uma ideia pronta ou o trabalho foi resultado de muitas decisões e adaptações?
PM – O Eurico teve a ideia inicial, de que seria um jogo rápido de dados com tema de fantasia medieval, e a partir daí fomos desenvolvendo as mecânicas. O processo é incremental e a cada passo temos que fazer playtests, a simplificação também é aplicada em algumas etapas com a filosofia de se fazer mais com menos. Conhecer muitos dos bons jogos de tabuleiro é o que nos deu mais base para a criação e como resolver os problemas que surgem; a lógica matemática tem que estar sempre presente para equilibrar partes do jogo, além de testes e mais testes. No início é bem sofrido de jogar um jogo sem ajuste e muitas vezes quebrado, neste ponto é difícil de convencer os amigos a fazerem os preciosos playtests. Mas com o tempo o jogo vai melhorando e se torna realmente um prazer testar para aparar as arestas e fazer aquele ajuste fino. Nessa etapa já não falta mais gente pra jogar. Outra coisa fundamental no processo de desenvolvimento foi saber escutar as críticas dos playtesters mais experientes, a visão de quem está de fora pode pegar algumas falhas mais facilmente. Cabe aos criadores saber escutar isso bem e promover as mudanças necessárias. A evolução nesses casos é bem substancial.

Masmorra GameplayP’n’B – Há outros projetos do grupo em elaboração ou ideias para futuros jogos? O que pode ser revelado?
PM – Sim, um dos criadores do Masmorra tem um jogo já quase pronto preparado para lançamento no ano que vem: “Caçadores da Galáxia” do Daniel Alves; um jogo euro com temática bem única, que envolve aprimoramento de robôs gigantes que brigam contra kaijus ao redor da galáxia. Existem ainda outros planos para o futuro, mas estes revelaremos depois.

P’n’B – Quando o jogo deverá ser lançado?
PM – O Masmorra deverá ser lançado oficialmente no Natal , logo após entregarmos as cópias dos apoiadores.

P’n’B – Há outras informações que queiram compartilhar com os leitores?
PM – Ainda dá tempo de apoiar o masmorra para receber sua cópia e extras! Entre no Catarse e faça parte do projeto! E obrigado ao Play’n’Biz pela oportunidade.

Para contribuir com a campanha de arrecadação, acesse o site através do link http://www.catarse.me/pt/masmorra. Se quiser conhecer melhor o projeto, acompanhe uma partida completa através do YouTube, acessando o link http://goo.gl/ZCR2E6.

Masmorra Primeiro

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