Criado por Designers que acreditam nos independentes, Indie Fund é modelo a ser seguido para o mercado

O desenvolvimento de games em todo o mundo busca caminhos para consolidar o mercado e reduzir custos de produção. Entre os indies a questão é ainda mais complexa, dado o fato de nem sempre poderem dar início aos seus projetos, em razão de dificuldades diversas como o tempo de elaboração de um jogo completo, a necessidade de mão de obra qualificada e custos de toda ordem para dar continuidade à produção, o que muitas vezes inviabiliza a oportunidade de transformar grandes ideias em games bem sucedidos. Pensando nesse problema, designers independentes de games já contemplados com o sucesso em uma ou mais produções ao longo de suas carreiras decidiram unir forças e criar o Indie Fund, que vem com o objetivo de apoiar o crescimento de jogos, ajudando os desenvolvedores indies a obter independência financeira com seus projetos.

Criadores do Indie Fund (imagem: Boing Boing)

Criadores do Indie Fund (imagem: Boing Boing)

Iniciado no começo de 2010, o Indie Fund é, em linhas gerais, uma fonte de financiamento para os desenvolvedores independentes, criada por um grupo de indies bem sucedidos para incentivar novas safras de desenvolvedores de jogos. O projeto, concebido por profissionais como Ron Carmel e Kyle Gabler, da 2D Boy, famosa por World of Goo, Jonathan Blow, conhecido pela produção de Braid e outros parceiros indies, conseguiu conquistar um patamar de respeito e se estabelecer como uma alternativa séria para o modelo de financiamento das publishers tradicionais.

O modelo de negócio, descomplicado e inteligente, deveria causar inveja em muitas iniciativas nacionais pretensamente voltadas a contribuir com os indies brasileiros e suas produções. Basicamente, o fundo oferece aos projetos contemplados um orçamento flexível, sem metas preestabelecidas de valor, com o aporte de um valor determinado entre as partes em dois pagamentos, sendo o primeiro na assinatura do contrato e o seguinte quando o primeiro está próximo de se esgotar. Nesta ocasião, uma nova avaliação é feita em conjunto e, caso seja necessário mais mais ou menos dinheiro para finalizar o jogo, o ajuste é realizado para contemplar a finalização do trabalho. Uma vez lançado o game, o resultado financeiro das vendas será revertido ao fundo até que o investimento seja coberto e, após esta etapa, o desenvolvedor passa a ganhar 25% de toda a arrecadação até que o dobro do valor seja investido, ou por um período de dois anos, dependendo do sucesso de vendas.

Indi Fund LogoE depois? Depois, o jogo é integralmente seu. Mesmo que os custos de financiamento não sejam compensados pela venda pelo período de dois anos de vigência do contrato, o criador não terá mais obrigações para com o fundo de investimentos, que perde toda a propriedade sobre a obra desenvolvida. Simples e funcional, o modelo de negócios está aí há quatro anos para mostrar que é possível fomentar o meio sem benesses governamentais e oferecendo grandes produções para o público, a exemplo de games como Antichamber, Monaco, Framed, Donut Country e Spacebase DF-9.

Ainda que os estúdios brasileiros não estejam no mesmo patamar dos bem sucedidos indies internacionais, a ideia é prática pode ser adaptada para nossa realidade, envolvendo, possivelmente, outras instituições e empreendimentos. O Indir Fund é claramente um modelo a ser seguido pelo mercado e, talvez, seja apenas uma questão de tempo até que os desenvolvedores comecem a se articular para realizações do gênero.

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