Há um verdadeiro movimento de resgate da memória e da cultura dos games do passado. No campo do design de games, este movimento é conhecido como Neo-Retrô, mas já existe uma intensa cultura de preservação, a exemplo da iniciativa de Henry Lowood, apontada nessa nota do blog RetroGamesBrasil, já nos idos de 2007.
Na ex-União Soviética não é diferente e, recentemente, alguns articulistas andaram visitando os porões da Universidade Técnica Estatal de Moscou, para visitar o Museu Subterrâneo de Arcade Games Soviéticos (http://15kop.livejournal.com). O Museu, como o próprio nome indica, é um vasto acervo de máquinas de fliperama e arcades da época da Guerra Fria, ocasião em que os jovens russos estiveram à margem da cultura ocidental dos games. Isso não impediu que a indústria local produzisse algumas máquinas extremamente interessantes.
Connal Hughes, redator do site Kotaku, visitou o porão da Universidade russa em 2010 e escreveu um longo artigo, com inúmeras fotos do local.
“Foi uma experiência fantástica e, embora eu não saiba dizer se é possível justificar uma viagem a Moscou apenas para visitar o museu, se você estiver pela cidade eu recomendo enfaticamente dar ao lugar o mesmo peso que você daria a qualquer outro destino turístico”, resume o autor da nota, com evidente entusiasmo.
De fato, há muitas curiosidades, como máquinas que em nada lembram os tipos de jogos mais comuns da cultura ocidental ou, como assinala o articulista, jogos que não apresentam lista de High Score: “Uma diferença cultural fantástica – você até poderia ser recompensado por uma pontuação elevada em um jogo, mas no espírito do Comunismo, não havia reconhecimento pela realização individual”, observa.
Não fosse o bastante o resgate de uma parcela tão preciosa da cultura contemporânea dos jogos eletrônicos, os responsáveis pelo museu ainda oferecem um presente fantástico para o resto do mundo, disponibilizando uma deliciosa versão saudosista em Flash do game “Morskoi Boi” (ou, Batalha Marítima, em livre tradução), que pode ser acessado através do atalho bit.ly/boCxEQ.
Artigo originalmente criado para o portal Geek, em 2011
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