Tampon Run – jogo criado por adolescentes brinca com o universo feminino – Por Bruna Novo

“Tampons” são absorventes internos femininos – e esta é sem dúvida uma ideia improvável para um jogo. Pense que o herói, uma jovem mulher, dispara esses tampons em seus inimigos, em vez de usar balas. Engraçado, embaraçoso e… um sucesso. Tampon Run se tornou popular e suas criadoras, duas adolescentes (!) criaram o jogo para falar abertamente deste período que é uma parte normal da vida das mulheres, mas sobre a qual a maioria de nós não está confortável em falar sobre – por motivos óbvios. As meninas queriam começar a mudar esse tabu, em parte por fazer as pessoas rirem.

Andy e Sophie, as criadoras

Andy e Sophie, as criadoras

“Nós queríamos usar o código para a mudança social, e queríamos que isso fosse uma coisa ativista, mas também pensamos que o humor era a melhor maneira de gerar um debate sobre este tema, porque faz com que as pessoas se sintam confortáveis”, diz  Sophie Houser de 17 anos, que desenvolveu o jogo juntamente, Andy (Andrea) Gonzalez de 16 anos, que se conheceram em um programa de verão. “Nós definitivamente queríamos que fosse engraçado.”

Os projéteis de tampons foram inspirados por um episódio absurdo de 2013 no Texas State Capitol; quando policiais estaduais confiscaram os tampons de algumas mulheres, alegando que elas poderiam começar a jogá-los oi, amigo você sabe pra que isso serve?

“Nós pensamos que era um episódio ridículo. Por isso, fizemos o jogo para que a menina realmente estava jogando os absorventes internos, como uma piada sobre todo este incidente.”

T-RunDesde que a versão web do jogo saiu no ano passado, ele já parece ter tido um efeito. “Nós temos tido uma grande quantidade de e-mails de pessoas que perceberam que estavam contribuindo para o tabu, ou eles não perceberam que era um problema”, diz Gonzalez. “Nós também aprendemos sobre uma escola na Califórnia, onde toda a gente começou a jogar o jogo … e falar abertamente sobre os seus períodos.”

Houser e Gonzalez vêem o jogo como um exemplo de algo que só existe porque mais meninas e mulheres estão aprendendo a programar.

Tampon-ru“Nós não pensamos que um homem teria feito Tampon Run, ou teve esse pensamento, ‘Por que eu não faço um jogo onde uma menina joga tampons?'”, Diz Gonzalez. “Eu acho que as mulheres têm uma perspectiva diferente do mundo, e se tivermos mais mulheres na tecnologia, poderíamos ter mais produtos que reflitam isso e muito mais diversidade.”

As meninas trabalharam com Pivotal Labs para tornar o novo app móvel, com o apoio de desenvolvedores da empresa.

“O app tem um monte de novas funcionalidades, fica mais difícil ao longo do tempo e tem uma nova tabela de classificação, todas essas coisas “, diz Houser. “Isso é realmente emocionante, porque na versão web original foi algo que nós apenas montamos em uma semana para um projeto final para um programa de verão. Trabalhar com Pivotal Labs foi uma experiência louca e excitante, porque nós realmente vimos qual é o verdadeiro mundo da tecnologia”.

Concordo quando Gonzalez afirma que se houvessem mais mulheres na tecnologia, as coisas seriam bem diferentes e acho que este é um belo exemplo de como o universo feminino é cheio de peculiaridades (algumas engraças e outras nem tanto) que nos permitem ver o mundo sob uma outra perspectiva.

Por mais que eu ache o tema bastante polêmico e complicado de ser abordado em uma conversa informal por aí, acho que iniciativas como esta podem sim ajudar a derrubar ou desconstruir os inúmeros tabus em torno do universo feminino e de sua presença no mundo da tecnologia. As meninas estão super de parabéns pela iniciativa e provam que basta abraçar uma causa e se jogar de cabeça para que um projeto se torne algo envolvente, prazeroso e divertido – acho que o mercado nacional pelo menos, precisa um pouco mais disso.

Curtiram a ideia? Acharam absurda? Conta pra gente – sobre qual tema inusitado você gostaria de produzir um jogo?

Fonte: http://www.fastcoexist.com/3041781/change-generation/the-teenage-girls-behind-the-worlds-only-tampon-video-game-just-made-it-be#6

é publicitária do interior do Rio de Janeiro, refugiada em São Paulo e apaixonada por games, cinema, séries, livros e demais nerdices. Já passou pelas desenvolvedoras e publicadoras de jogos Hoplon, Atrativa e Hive Digital Media onde atuou como Social Media e Community Manager.

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